Projetos como o Enem Inclusivo e Especial e o Empregabilidade garantem oportunidades para alunos da rede pública
O Governo do Distrito Federal (GDF) tem fortalecido uma rede de projetos voltados à preparação de estudantes da rede pública para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e outros concursos públicos. A proposta é oferecer apoio pedagógico, material e emocional, garantindo que todos tenham oportunidades de avançar nos estudos e no mercado de trabalho.
Entre as ações, o destaque é o Enem Inclusivo e Especial, que reúne mais de 40 estudantes com deficiência ou transtorno em aulas aos sábados, no Centro de Educação Profissional e Tecnológica de Jovens e Adultos da Asa Sul (Cesas). O projeto, criado em 2019 pela Secretaria de Educação (SEEDF), oferece 13 encontros até o dia da prova, com materiais em Braille, intérpretes de Libras e recursos de acessibilidade.
“Às vezes, a deficiência impede a locomoção, mas não pode impedir o aluno de sonhar. A nossa rede é inclusiva. Todos os estudantes com algum tipo de deficiência ou transtorno são recebidos e incluídos. A partir do momento em que os estudantes vão fazer o Enem, eles também têm a oportunidade de entrar na universidade. Eles não precisam parar na educação básica, podem ir além”, afirma a secretária da Educação, Hélvia Paranaguá.
Educação acessível
A estudante Luciana Lopes dos Santos, que tem deficiência auditiva, participou da edição de 2024 e voltou neste ano esperançosa para o Enem. “Na primeira participação, percebi o quanto preciso de programas como esse. Nós, surdos, estamos aprendendo mais e incentivando outros a participar também, com o apoio dos intérpretes que garantem nossa acessibilidade para chegar à universidade”, conta a aluna.
Vera Barros, da Subsecretaria de Educação Inclusiva e Integral, explica que o formato do curso foi adaptado para cada tipo de deficiência, com materiais em Braille e interpretações em Libras, entre outras especificidades. “Nós atendemos todas as deficiências e transtornos. Também vale citar que contamos com a grande parceria do Senac [Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial], que tem proporcionado um upgrade nas nossas máquinas do laboratório de informática para garantir que a tecnologia aconteça”, ressalta a subsecretária.
Inclusão profissional
Além do Enem Inclusivo e Especial, o GDF mantém o projeto Empregabilidade, que funciona como um banco de talentos para pessoas com deficiência que já concluíram o curso universitário. Atualmente, 50 pessoas participam da iniciativa.
Entre os participantes está Luis Felipe Lima, um dos primeiros alunos do Enem Inclusivo e Especial. Autista de nível de suporte 1, ele entrou na faculdade com o apoio do projeto e se formou em jornalismo em 2024. Hoje, atua na área, após ser encaminhado pelo programa Empregabilidade. “É um grande avanço, uma atitude muito humilde e acho algo muito bonito. Valeu muito a pena fazer parte”, elogia o jornalista.
Qualificação gratuita
Outro programa é o Preparação DF, que oferece curso gratuito e intensivo para o Enem e outros vestibulares. Neste ano, foram ofertadas 10 mil vagas principais e mil de cadastro reserva, com 240 horas de aulas presenciais, divididas em 25 horas semanais. Para participar, é preciso ter no mínimo 16 anos completos e escolaridade compatível com o curso desejado.
As aulas são ministradas em polos em Ceilândia, Taguatinga, Planaltina, Asa Sul e Gama. Os alunos recebem material didático completo, uniforme, lanche diário, auxílio-transporte e seguro contra acidentes pessoais. Ao final do curso, é emitido certificado de conclusão em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Renda (Sedet) e a Secretaria de Educação.
*Colaborou Nathália Burgo
FONTE Agência Brasília
