A expectativa da Secretaria de Educação é autorizar funcionamento de cerca de 100 instituições públicas e privadas até o fim deste mês. De acordo com a pasta, 14 mil profissionais que atuam nessas unidades foram imunizados com a primeira dose
O Distrito Federal aplicou a primeira dose da vacina contra a covid-19 em 14 mil profissionais da educação que atuam em creches públicas e privadas. Com a finalização dessa fase de imunização desse grupo, a Secretaria de Educação pretende liberar as creches públicas e privadas para as aulas presenciais. O secretário da pasta, Leandro Cruz, afirmou ao Correio que a expectativa de reabertura é para 28 de junho. De acordo com ele, os últimos detalhes do retorno estão sendo definidos com a equipe técnica da pasta.
“Estamos trabalhando para que as creches sejam reabertas até o fim do mês de junho. No último fim de semana, todos os profissionais que atuam nesses estabelecimentos receberam o imunizante”, destacou Leandro Cruz. Segundo ele, a reabertura será possível, pois, mesmo com apenas a primeira dose do imunizante, há uma eficácia de 78% de cobertura contra a covid-19.
O diretor jurídico do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares de Ensino do Distrito Federal (Sinproep), Rodrigo de Paula, afirmou que a categoria está aberta para um retorno seguro. No entanto, alguns detalhes devem ser vistos e considerados antes, como os protocolos sanitários a serem seguidos e se, de fato, todos os funcionários foram vacinados.
“Tivemos um levantamento de que cerca de 10 a 15 creches ainda não foram vacinadas. Estamos acompanhando essa situação”, ressalta Rodrigo. Outro ponto colocado por ele é uma ação na Justiça que suspende as aulas nas creches. “Quando o governador suspendeu as aulas e deixou apenas as creches funcionando, isso lá no ano passado, entramos com uma ação na Justiça que determinou a suspensão das aulas presenciais. Na próxima semana, teremos uma audiência de conciliação, com a participação do GDF. Isso tem de ser levado em conta também”, frisou Rodrigo de Paula.
A Secretaria de Educação chegou a solicitar uma reunião com o sindicato para tratar sobre a reabertura das creches privadas no Distrito Federal. No entanto, por incompatibilidade de agendas, o encontro ainda não ocorreu. A pasta também pretende se reunir com o Conselho de Entidades de Promoção e Assistência Social (Cepas), responsável pelas creches conveniadas com o poder público.
Para os anos escolares do fundamental e ensino médio, o retorno das aulas presenciais está dependendo da imunização dos profissionais com a vacina da Janssen, fabricadas pela Johnson & Johnson. O Distrito Federal aguarda as doses do imunizante que ainda não saíram do laboratório nos Estados Unidos. São esperadas 36,2 mil doses para a capital que vão atender trabalhadores que atuam na rede pública.
Doses
A Secretaria de Saúde esperava receber esses imunizantes na madrugada de ontem. O Ministério da Saúde informou que não se sabe quando as doses vão ser encaminhadas para as unidades da Federação, pois as aguarda chegarem ao país. A quantidade de vacinas para o DF pode sofrer alteração, a depender de quantas serão disponibilizadas para o Brasil. Porém há a previsão de chegada de novas doses da AstraZeneca, Pfizer e CoronaVac nesta semana na capital.
O Ministério da Saúde recebeu, na semana passada, 2,3 milhões de doses da Pfizer, 2,7 milhões da AstraZeneca e 800 mil da CoronaVac. Esses imunizantes serão distribuídos para as unidades da Federação com a indicação para qual público deve ser utilizado. O informe com a quantidade de doses disponibilizadas para cada UF será divulgado hoje pelo órgão federal.
Adiamento
A Secretaria de Educação em conjunto com a Secretaria de Saúde tinha preparado um esquema vacinal para imunizar 34 mil profissionais de educação com o lote de vacinas da Janssen. A previsão era iniciar essa etapa hoje em vários pontos drive-thru pela cidade com uma média de vacinação de 7 mil pessoas por dia. Porém o planejamento precisou ser adiado com o atraso das vacinas. A ideia era imunizar todos até 23 de junho para reabrir as escolas em agosto, após o recesso escolar.
Atualmente, estão sendo imunizados contra a covid-19 a população com 50 anos ou mais, pessoas com comorbidades, com deficiência permanente e rodoviários. De acordo com a Secretaria de Saúde, o Distrito Federal vacinou 806.293 pessoas do grupo prioritário Com a segunda dose, foram imunizadas 327.611 pessoas. Os idosos com 75 anos ou mais ultrapassaram a cobertura vacinal no Distrito Federal.
Mesmo sem receber novas doses, a Secretaria de Saúde reabriu mais 8.064 vagas para agendamento da faixa etária entre 50 e 59 anos, ontem. Quem estiver nesse grupo pode marcar o dia, local e horário para receber o imunizante no endereço vacina.saude.df.gov.br.
Casos
O Distrito Federal registrou mais 570 casos de covid-19 ontem. Com as novas notificações, a capital contabiliza 418.659 ocorrências do novo coronavírus. Do total, 8.994 morreram por complicações da doença — sendo 15 notificadas e três ocorridas ontem. Das vítimas recentes, duas eram da faixa etária de 50 a 59, residiam no DF e tinham comorbidades.
A taxa de transmissão subiu para 0,96, e a média móvel de casos chegou a menos 9,16% em relação há 14 dias. A média de mortes caiu 16% em comparação com duas semanas atrás. O índice de ocupação de leitos das unidades de terapia intensiva (UTIs) reservadas para atender os casos graves da doença segue alta. De acordo com informações da Secretaria de Saúde, por volta das 18h30 de ontem, 88,4% dos leitos estavam ocupados na rede pública, com 22 UTIs vagas para receber pacientes. No entanto, 16 pessoas estão na fila aguardando um leito.
Foto:crédito: Ed Alves/CB/D.A Press)
Fonte:correiobraziliense