Para pegar a dupla diplomação, é necessário que se faça basicamente um novo curso. Mas e os alunos que já estavam prestes a se graduar?
Durante toda a história do curso de ciências biológicas da Universidade de Brasília (UnB), quando se queria pegar dupla diplomação, ou seja, se formar em bacharelado e em licenciatura, era necessário que realizasse apenas mais 12 matérias relacionados a parte educativa, já que os currículos eram quase iguais. Porém, com o novo currículo implementado pelo Ministério da Educação, agora, para pegar a dupla diplomação, é necessário que se faça basicamente um novo curso. Mas e os alunos que já estavam prestes a se graduar?
“Eles (a universidade) diziam que quem já havia pegado mais de 50% do currículo antigo poderia continuar desse jeito. Mas não foi o que aconteceu. Com a mudança do currículo, muitos alunos que faltavam cinco ou seis matérias não tiveram a possibilidade de escolher se ficariam no antigo currículo ou não”, conta Renan Moura, estudante que, de acordo com o antigo currículo, está no 7° semestre, mas com o novo está no 4°.
Segundo Renan, que agora terá que ficar cerca de mais dois anos e meio na universidade, esse atraso se dá pela separação e diferenciação das matérias dos dois cursos. “As matérias de Ciências Biológicas sofreram uma redução na carga horária e as matérias de educação aumentaram a carga horária. De modo que antes os dois estágios um para ciências naturais e outro para biologia poderiam ser até feitos juntos e agora com essa mudança são 4 estágios, ciências naturais e biologia não estão separados mas juntos”
O grupo de estudantes ainda fez parte do mesmo edital de alunos que mudaram de curso e que realmente estavam começando o curso, mas que foram colocados dentro do antigo currículo, de forma que eles tiveram a possibilidade de escolher a dupla diplomação, enquanto os mais antigos, não.
De acordo com a também estudante Stefane Soares, que se forma em bacharel ainda neste semestre, não houve aviso prévio sobre a mudança. “Desde que entrei no curso venho escutando boatos, nada concreto, nada real. Era sempre um certo terror, era sempre conversa paralela. Sabíamos que ia ocorrer uma mudança, mas não quando. Isso nunca foi dito.”
Mas parece que essa não foi a primeira vez que casos como esse ocorreram. O grupo de estudantes fizeram uma pesquisa de campo, onde eles perguntaram em grupos de alunos e descobriram que isso já aconteceu em outros cursos. “Postamos em alguns grupos de estudantes o que está acontecendo e descobrimos que isso já aconteceu no passado. Em alguns casos foi flexibilizado para as pessoas permanecerem nos currículos antigos, em outros casos as pessoas formadas na UnB conseguiram alguma flexibilização do conselho da profissão deles”, explica Renan que tem estado a frente das conversas com a universidade para tentar resolver o problemas, mas que até então não se mostrou favorável.
A Universidade não se manifestou sobre a reportagem, mas a mesma deixa o espaço aberto para respostas.
Fonte:jornaldebrasilia