Presidente nacional do União Brasil, o deputado Luciano Bivar foi um dos articuladores, em 2018, da candidatura de Bolsonaro pelo PSL
Pré-candidato à Presidência e presidente nacional do União Brasil, o deputado Luciano Bivar foi um dos articuladores, em 2018, da candidatura de Jair Bolsonaro pelo então nanico PSL.
Na época, a legenda tinha apenas um representante na Câmara dos Deputados e saltou para 52 após a vitória de Bolsonaro, passando a ser a segunda maior bancada no Câmara, apenas atrás do PT, que elegeu 56 deputados federais naquele ano.
Empresário pernambucano, Bivar fundou o PSL em 1994, mas o registro oficial no TSE veio após 4 anos. Pela legenda, ele disputou a Presidência da República em 2006 e obteve 62.064 votos, ou 0,06%. Elegeu-se deputado federal pela primeira vez em 1998 e está no seu terceiro mandato, não consecutivo, por Pernambuco.
Além da política, ele também tem um pé de influência no esporte – ele foi presidente do Sport Clube do Recife.
Ainda no primeiro ano de governo, a união Bolsonaro-PSL foi rompida.
O motivo da insatisfação do chefe do Executivo foi a dificuldade da família Bolsonaro para controlar a legenda e seus diretórios regionais, que não aceitavam a imposição dos nomes do grupo.
O primeiro sinal público de rompimento foi em outubro de 2019, quando o presidente recomendou a um apoiador a esquecer a legenda. Hoje Bolsonaro é filiado ao PL, partido pelo qual disputará a reeleição.
Sem Bolsonaro, o partido de Bivar se fundiu com o DEM, passando a ser chamado de União Brasil.
A união criou uma megapotência partidária que terá o maior fundo partidário para as eleições de 2022, com quase R$ 1 bilhão.
Com foco na Presidência da República, Bivar iniciou negociações com outros partidos em abril de 2022. O resultado foi um acordo selado para lançar um candidato único para o Planalto: MDB, União Brasil, Cidadania e PSDB.
Na ocasião, Simone Tebet (MDB), João Doria (PSDB) e Eduardo Leite (PSDB) apareciam como pré-candidatos.
Apesar de o ex-juiz Sérgio Moro ter o nome rechaçado pelo partido para o cargo, ele ainda mantinha publicamente interesse na disputa.
Entretanto, em maio, Bivar desembarcou das negociações com a terceira via para lançar sua pré-candidatura ao Planalto.
A decisão se deu após o Palácio do Planalto ameaçar retirar os cargos apadrinhados por integrantes do partido se o União Brasil apoiasse a terceira via.
Oficialmente, Bivar justificou a decisão alegando que não houve unidade no grupo das legendas que discutiam um acordo eleitoral.
Mesmo com o seu nome para a corrida, o União Brasil deu o aval para integrantes da legenda apoiarem a candidatura de Bolsonaro logo no primeiro turno.
Integrantes da legenda afirmaram que a ofensiva para ter Bivar como candidato reflete uma estratégia que tem como objetivo rachar a terceira via e auxiliar na tentativa de reeleição de Bolsonaro Nesta terça-feira, 31, Bolsonaro fez um aceno político ao União Brasil em busca de apoio. “A decisão é interna do partido, mas gostaria que ele viesse conosco”, disse.
Estadão Conteúdo