DF tem motivos para comemorar o Dia Nacional do Café, por mais que a cafeicultura seja recente, já vem ocupando uma posição de destaque
Nesta terça-feira, 24, o Distrito Federal tem motivos para comemorar o Dia Nacional do Café, por mais que a cafeicultura seja recente, ela já vem ocupando uma posição de destaque. Os 106 produtores existentes na cidade estão concentrados em 12 localidades e produziram, em 2021, 18.071 sacas de 60 quilos do tipo 100% arábica.
A cultura do café na capital federal já rendeu prêmios para os cafeicultores locais, mesmo sendo nova. O café Minelis, produzido nas fazendas Canaã e Novo Horizonte, recebeu em 2013 e 2014 o prêmio Ernesto Illy de Qualidade Sustentável do Café Expresso como melhor café da região Centro-Oeste. Em 2019, o produto recebeu o Ernesto Illy de campeão nacional.
A marca Minelis é produzida no DF por Carlos Coutinho. Suas fazendas estão localizadas em Sobradinho e em Brazlândia e o cultivo de café começou em 2005. “No início foi um pouco de aventura e de terapia ocupacional”, afirma o cafeicultor. Atualmente, Coutinho produz 2 mil sacas de seu café premiado em 80 hectares. A produção vai quase toda para exportação. O que fica aqui é vendido em grãos para cafeterias locais.
Produzir café no DF requer tecnologia para os bons resultados obtidos. Toda produção deve ser irrigada, devido à existência de um período de seca que vai de maio a setembro. No entanto, essa necessidade de irrigação pode funcionar como aliado dos cafeicultores na obtenção de um melhor resultado final do produto.
De acordo com o agrônomo do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) Daniel Oliveira, com a irrigação é possível utilizar no cafezal uma técnica conhecida como stress, obtida suspendendo a água por um tempo, fazendo com que o amadurecimento dos grãos aconteça ao mesmo tempo, o que proporciona um produto uniforme. “Provocar stress no café facilita com que haja melhor qualidade do café produzido”, explica.
A cafeicultura no DF se concentra em 11 regiões administrativas. A cultura se destaca nas áreas do Programa de Assentamento Dirigido (PAD-DF), que contabiliza 120,02 hectares plantados, seguido por Taguatinga, com 65 hectares, e pelo Gama, com 61,30. No entanto, o maior número de produtores está em São Sebastião, que conta com 25 cafeicultores.
Os bons resultados da produção de café em Brasília têm atraído agricultores e pecuaristas a migrar para a cafeicultura. Esse é o caso de Guilherme França Rabelo, cuja família é proprietária de dois hectares em Sobradinho. Antes utilizados para a criação de gado, agora são destinados à produção de café.
“Neste primeiro ano, a previsão é produzir 30 sacas de 60 quilos nos dois hectares. O objetivo para o futuro é aumentar para 60 sacas por hectare”, prevê Rabelo, que pretende vender sua safra para as cafeterias do DF.
*Com informações da Agência Brasília