15 de dezembro de 2021

Casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave batem recorde no DF

Pacientes com covid representam a maioria dos casos na capital

6.325. Esse é o número de vítimas de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) em 2021, no DF, registradas pela Secretaria de Saúde. Os dados, que dizem respeito de janeiro até 20 de novembro deste ano, representam um crescimento de 15,31%, e já superam os óbitos de todo 2020, onde esse valor foi de 5.495 óbitos. “A SRAG é um termo que abarca doenças respiratórias de transmissão viral que levam a casos graves, que precisam de internação ou causam a óbito”, explica o Dr. Victor Bertollo, médico infectologista do Hospital Anchieta de Brasília.

Conforme as informações da pasta, a maioria dos casos registrados desde o início deste ano são de pacientes com Covid-19. Segundo o especialista do Anchieta, antes da explosão do Coronavírus, a SRAG tinha como principal agente causador o vírus influenza, porém, com o advento da última crise sanitária, esse quadro mudou. “Historicamente, o principal vírus causador da síndrome era o influenza, tanto que toda a rede de monitoramento da SRAG do país foi criada em função dele”, pontua. “Entretanto, em função da magnitude da covid, ela assumiu a predominância”, completa Victor. Em todo o ano de 2019, por exemplo, ano anterior à pandemia de Covid-19, a SES DF contabilizou 1.633 casos e 37 óbitos de SRAG, um número 16,9 mil% menor se tratando do total de vítimas.

De acordo com o boletim mais recente da secretaria, em 2020 e 2021 foram notificados 41.729 casos na capital e 11.810 mortes classificadas como SRAG. Devido a pandemia, houve, então, um aumento significativo no número de casos e de mortes a partir de março de 2020, atingindo o seu ápice em setembro do ultimo ano, com 984 casos e 319 falecimentos. Em 2021, contudo, logo nas primeiras semanas do ano, houve um aumento de casos e óbitos a partir de fevereiro e uma nova redução a partir de abril. Conforme salienta o médico infectologista, contudo, há alguns pontos a serem considerados. “As medidas não farmacológicas de distanciamento e de uso de máscaras afetaram não apenas a transmissão da covid, mas de todos os vírus de transmissão respiratória. Desta forma, ao longo desses dois últimos anos, essas medidas impactaram expressivamente todos eles, inclusive o influenza”, rememora o doutor.

Este ano, como é possível constatar através dos dados da secretaria, as mortes na capital foram decorrentes das seguintes causas: RAG não especificada, totalizando 459 mortes, SARS-CoV-2 (coronavírus), com 5.841 mortes, outros vírus respiratórios contabilizaram 14, outros agentes, com 5 vitimas e em investigação estão 6 óbitos. Nota-se, com isso, que, até o momento, em 2021, não se identificou casos de SRAG por influenza. Isso por que, os óbitos por SRAG não especificados são aqueles em que a vítima faleceu devido a uma infecção respiratória, mas não houve diagnóstico sobre o vírus que causou o problema. Das 22.826 notificações da síndrome em 2021, 3.063 não tiveram o vírus especificado, o que representa 13,4% dos registros da SES.

Letalidade e tratamento

 

Como salienta Victor Bertollo, por se tratar de uma síndrome grave, a SRAG tende a ter alta letalidade. “A definição já se refere a pessoas que precisaram de internação ou evoluíram a óbito. Essa gravidade, contudo, dependerá das características do indivíduo, como idade e presença de comorbidades”, esclarece o especialista.

Com relação a tratamento e reversão, isso irá depender da causa específica. “Para covid, por exemplo, já há algumas intervenções que apresentaram melhoras, assim como para influenza. Mas cada uma será específica para aquele paciente”, ressalta Victor. O que, de acordo com ele, seria comum em todos os casos, é o uso de oxigênio enquanto o próprio organismo se regenera. “Então é reversível sim. Mas pode haver sequelas”, expõe o médico.

Foto: Thiago Duarte / Agência Alagoas

Fonte:jornaldebrasilia

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Open chat