Grupo afirma que presos não recebem alimentação adequada e quando conseguem, a comida vem até com larvas
Aos gritos de “fome não é punição”, um grupo denunciou a situação de detentos que estão em presídios do Distrito Federal (DF). O ato ocorreu durante o desfile de 7 de setembro, na Esplanada, em Brasília. De acordo com eles, os apenados não estão recebendo alimentação adequada e existe até a denúncia de larvas na comida.
“Não estão dando comida adequada para as pessoas lá dentro, as comidas estão vindo estragadas, até com larvas. As famílias acreditam que o preso está ali para ser ressocializado e a sociedade precisa que aquelas pessoas saiam de lá melhores do que elas entraram. Mas, colocando eles para passar fome, sem trabalho, sem estudo, não é a solução”, declara a advogada Eliane Brandão, 34 anos, que trabalha em um dos presídios em que os casos ocorrem. Ela ficou sensibilizada pelas cenas que presenciou e se uniu aos familiares na luta. Durante o desfile, eles buscavam chamar atenção do público com banner, cartazes, bandejas e gritos de guerra.
De acordo com Brandão, empresas recebem R$ 3 mil para a alimentação de cada preso, mas não oferecem comidas em condições dignas. Há inclusive cartas de presidiários pedindo ajuda para a situação precária vivenciada, segundo a advogada. “Hoje a gente está aqui lutando para que alguma coisa seja feita porque as pessoas estão lá dentro para serem ressocializadas e não para serem torturadas com a fome”, desabafou.
Mãe de um preso de 23 anos, Iona Souza, 47 anos, brigadista, conta que já buscaram autoridades para tentar resolver a situação, mas nada mudou. “Tivemos uma conferência, em março, na Câmara Legislativa do DF, onde várias entidades compareceram. Inclusive, Silvio Almeida, o ministro dos Direitos Humanos. Nós passamos toda situação sobre essas empresas que têm contato com o governo do DF, mas nada foi feito”, relembra. Ela ainda demonstra preocupação com a saúde de quem sai do cárcere. “Precisamos que o interno saia humanizado e não psicologicamente destruído, a família não sabe nem como lidar com essa pessoa depois”, finalizou.Fonte:correiobraziliense