Ação vai beneficiar 68 mulheres e faz parte da programação do Outubro Rosa, campanha que acende o alerta sobre a doença
O Hospital de Base deu início nesta segunda-feira (4) a um mutirão de cirurgia para retirada de câncer de mama e vai contemplar 48 mulheres que já estavam na fila da cirurgia, zerando a espera. Além disso, mais 20 serão operadas de câncer ginecológico. A ação, programada até 31 de outubro, é promovida pelo Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do Distrito Federal (Iges-DF) em parceria com a Secretaria de Saúde do DF (SESDF), como parte das ações do Outubro Rosa, mês dedicado ao tema.
Ao todo, aproximadamente 200 profissionais estão envolvidos na força-tarefa, entre eles mastologistas, ginecologistas e anestesistas (12 dos anestesistas são voluntários ex-colaboradores do hospital que se disponibilizaram a ajudar durante todo o mês). Também participarão enfermeiros e técnicos de enfermagem.
“As cirurgias para remoção do câncer de mama são de extrema importância, porque aumentam a sobrevida da paciente e podem ajudar até mesmo na cura da doença, principalmente quando é diagnosticada no início. Agradecemos pela ajuda dos voluntários, que são uma força de trabalho fundamental para que essa ação seja realizada”, disse o chefe do Serviço de Anestesia do Hospital de Base, Marcus Aviz.
As mulheres que vão passar pela cirurgia já realizam por consulta, exames de imagem e laboratoriais, e receberam a indicação para tratamento cirúrgico, que pode ser posteriormente complementado com quimioterapia ou radioterapia. As operações estão sendo realizadas em duas salas do Centro Cirúrgico disponibilizadas exclusivamente para realizar os procedimentos.
“Quanto mais cedo for o diagnóstico, maior é a chance de cura. Além disso, quando o câncer é menor, podemos fazer uma cirurgia conservadora da mama, preservando as áreas não afetadas. Já em casos mais graves, é necessário fazer a retirada total do seio e, depois, a reconstrução mamária”Marcus Aviz, chefe do Serviço de Anestesia do Hospital de Base
Geralmente, as cirurgias agendadas, como é o caso das operações para retirada do câncer de mama, ocorrem de segunda a sexta, mas para que mais mulheres fossem atendidas as duas salas de cirurgias também vão funcionar aos sábados.
Dados
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa é de que o Brasil tenha 66.280 novos casos de câncer de mama em 2021. No Hospital de Base, que é referência no tratamento oncológico, apenas neste ano 210 mulheres iniciaram o tratamento para combater o câncer de mama e, além disso, 630 consultas de acompanhamento já foram realizadas.
O oncologista clínico do Hospital de Base, Gustavo Matos, explica que manter um estilo de vida saudável é uma das formas de prevenção do câncer de mama. “Atualmente, menos de 10% dos casos de câncer de mama são hereditários”, ressaltou, ao esclarecer que os fatores de risco para a doença são etilismo, ser fumante, ter má alimentação e sobrepeso.
O diagnóstico do câncer de mama pode ser feito pela mamografia, exame de imagem que deve ocorrer a cada dois anos pelas mulheres com idade entre 50 a 59 anos de ou que tenham sintomas da doença, independentemente da faixa etária.
“Quanto mais cedo for o diagnóstico, maior é a chance de cura. Além disso, quando o câncer é menor, podemos fazer uma cirurgia conservadora da mama, preservando as áreas não afetadas. Já em casos mais graves, é necessário fazer a retirada total do seio e, depois, a reconstrução mamária”, disse.
Para o oncologista clínico, o Outubro Rosa é importante para que as mulheres criem uma consciência corporal e, caso identifiquem sinais e sintomas, façam o rastreamento para averiguar se têm a doença. “Se a mulher identificar sintomas de câncer de mama, deve procurar um mastologista o mais rápido possível”, alertou.
O que é câncer de mama e quais os sintomas?
De acordo com o Ministério da Saúde, câncer de mama é o tipo mais comum da doença entre as mulheres no mundo e no Brasil, depois do câncer de pele não melanoma. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando menos de 1% do total de casos da doença. Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos.
O sintoma mais comum da doença é o aparecimento de nódulo, geralmente indolor, duro e irregular, mas há tumores que são de consistência branda, globosos e bem definidos. Outros sinais são:
– Edema cutâneo (na pele), semelhante à casca de laranja
– Retração cutânea
– Dor
– Inversão do mamilo
– Descamação ou ulceração do mamilo
– Secreção papilar, especialmente quando é unilateral e espontânea
Fonte:AGÊNCIA BRASÍLIA* | EDIÇÃO: SAULO MORENO
*Com informações da Secretaria de Saúde do DF