16 de março de 2023

IBGE e Instituto Pereira Passos se unem para melhorar a cobertura do Censo nas favelas cariocas

Cerca de 9% dos domicílios em favelas cariocas ainda não responderam ao Censo – Foto: Acervo IBGE

O IBGE fechou parceria com o Instituto Pereira Passos (IPP), órgão de pesquisa da Prefeitura do Rio de Janeiro, visando reduzir o percentual de domicílios que não responderam ao Censo nos aglomerados subnormais da cidade, que está em torno de 9%. A parceria envolve a contratação de ex-agentes de Territórios Sociais, programa da Prefeitura com o ONU-Habitat, em que são realizadas pesquisas domiciliares em grandes favelas do Rio, como Rocinha e Maré.

Nesta semana (14 e 15), os novos recenseadores foram treinados na sede do instituto municipal, no bairro das Laranjeiras, Zona Sul do Rio de Janeiro. Hoje (16), eles vão a campo dentro da última fase da operação censitária, a Etapa de Apuração, que compreende os trabalhos de Análise dos Dados coletados, e neste caso a busca por moradores que estavam ausentes nos momentos das visitas anteriores ou que se recusaram a responder o questionário.

No primeiro dia de treinamento, instrutores do IBGE explicaram os conceitos do Censo Demográfico e as estratégias do trabalho de coleta, como reconhecimento do setor censitário, a análise e a observação dos endereços e a confirmação de coordenadas. Também foram repassadas orientações quanto às contratações e ao pagamento do trabalho. No dia seguinte, foi a vez dos novos recenseadores conhecerem o Dispositivo Móvel de Coleta – DMC e simularem as atividades com o equipamento.

Leia mais: IBGE está preparado para o desafio de recensear aglomerados subnormais

Ex-agentes do Instituto Pereira Passos foram treinados para atuar na finalização do Censo em favelas do Rio – Foto: Licia Rubinstein/Agência IBGE Notícias

A coordenadora estadual de treinamento do Censo no Rio de Janeiro, Maria Bernadete de Almeida Sanches, destacou a experiência dos ex-agentes do IPP na abordagem com a população das comunidades. Para Sanches, esse conhecimento prévio da função facilitou inclusive o treinamento, que pôde ser mais conciso. “A parceria foi uma ideia brilhante porque eles já conhecem o trabalho de campo nas comunidades e precisamos terminar a operação censitária em algumas favelas”, elogia. Outro ponto fundamental para o sucesso da ação é que os novos recenseadores atuarão em lugares que já conhecem, incluindo nos próprios locais onde residem. “Já sabem as situações cotidianas, da rotina, os dias e horários que são mais propícios a irem na casa dos moradores, as vestimentas indicadas, entre outras questões”, completa Bernadete.

Para o chefe do Setor de Territórios Sociais do IBGE, Jaison Luiz Cervi, a parceria acontece em um momento crucial da operação. “Essa chance de ter mão de obra especializada para trabalhar nos aglomerados subnormais, principalmente onde há recusa do informante, certamente será muito valiosa para que o IBGE consiga finalizar o Censo nas comunidades indicadas”, comemora.

Já o presidente do IPP, Carlos Krykhtine, lembra que as duas instituições têm um histórico de apoio mútuo. Ele também ressalta a importância dos dados do Censo Demográfico para o trabalho do instituto na pesquisa municipal. “Sempre fomos parceiros. Nós trabalhamos com a cartografia do IBGE para compatibilizar o máximo possível as favelas da cidade, por exemplo. É importante ajudar o Censo, porque precisamos dos dados qualitativos e quantitativos, bem organizados e estruturados, porque esses dados do Censo vão nos apoiar na pesquisa e na aplicação de políticas públicas municipais, principalmente nas favelas”, finaliza.

Primeiros resultados do Censo serão divulgados no fim de abril

O IBGE encerrou em fevereiro a cobertura da coleta domiciliar do Censo. Ao todo, 189.261.144 pessoas foram recenseadas (91%), levando-se em conta a prévia da população divulgada em 28 de dezembro de 2022. No dia 1º de março, teve início a Etapa de Apuração. A divulgação dos primeiros resultados do Censo está prevista para o final de abril.

Fonte:IBGE

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