Conforme dados da campanha Setembro Amarelo, que combate o problema, são registrados no Brasil atualmente mais de 13 mil suicídios por ano. No mundo, são mais de 1 milhão por ano
A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) realizou ontem uma comissão geral – ferramenta regimental na qual todas as atividades da Casa param para a discussão de um tema relevante à sociedade – para debater a prevenção ao suicídio. De acordo com dados do site da campanha intitulada Setembro Amarelo, realizada em todo o país para alertar contra esse problema, são registrados no Brasil atualmente mais de 13 mil suicídios por ano. No mundo, são mais de 1 milhão por ano.
Destes casos de suicídio, conforme ainda os dados da campanha, cerca de 96,8% estão relacionados a transtornos mentais. Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias. Segundo o deputado distrital Valdelino Barcelos (PP), autor do requerimento que resultou na realização da comissão geral, a população precisa ser alertada para esta realidade.
O parlamentar destacou que o tema ainda é visto como um tabu para muitas pessoas e é necessária uma sensibilização da sociedade para que seja evitado, inclusive no Distrito Federal, motivo pelo qual tomou a iniciativa.
O deputado João Cardoso (Avante), outro a se manifestar, disse que o tema mexe não só com o DF, mas com toda a humanidade. Para ele, a pandemia agravou ainda mais o quadro, principalmente por causa do isolamento social. “Os sinais emitidos pelas pessoas em sofrimento nem sempre são percebidos pelos familiares e amigos e precisamos prestar mais atenção para esse problema”, ressaltou.
Saúde pública
A presidente do comitê permanente de prevenção ao suicídio e representante da secretaria de Saúde, Fernanda Bem Querer, explicou que o suicídio é um problema de saúde pública, mas não exclusivo da saúde, e requer a participação de vários setores da sociedade, como a segurança, educação, sociedade civil organizada, mídia e comunidade, entre outros. Ela destacou ainda a formação do comitê permanente prevenção e a implantação de um plano de ação temático.
Já o capelão e coordenador do programa de valorização da vida da Policia Militar do DF (PMDF), tenente coronel Gisleno de Faria, ressaltou a importância de tratar do luto do suicídio, uma vez que é um “problema que não acaba com o enterro”. “O suicida não que acabar com a vida, mas acabar com a dor. Precisamos trabalhar para eliminar a dor destas pessoas pois o simples ato de aprender a ouvir, pode salvar vidas”, frisou.
Realizada desde 2016 pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM) durante o mês de setembro, a campanha Setembro Amarelo escolheu esse período pelo fato de 10 de setembro ser considerado o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio. Entre outras ações, a campanha promove a iluminação de monumentos históricos, pontos turísticos e espaços privados em todo o país para chamar a atenção da sociedade para o tema
Fonte:jornaldebrasilia