Ferramenta promove maior abrangência do larvicida e é desenvolvida em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz. Aplicação ocorreu nesta terça (22), no Condomínio Estância Mestre D’Armas
A Secretaria de Saúde (SES) testou um novo equipamento de aplicação espacial de larvicida contra o Aedes aegypti, nesta terça-feira (22), no Condomínio Estância Mestre D’Armas, em Planaltina. A ferramenta é um protótipo desenvolvido em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz, em um projeto de mestrado profissional.
Trata-se de uma máquina puxada por uma caminhonete que pulveriza o produto de maneira mais intensa, ampliando a área de atuação. O larvicida utilizado é o mesmo aplicado em ações costais e focais executadas pelos agentes de Vigilância Ambiental em visitas domiciliares. Outras duas aplicações ocorreram em abril e março; a próxima deve ser realizada em dezembro. Todas em Planaltina.
O diretor de Vigilância Ambiental, Jadir Filho, explica que o grande trunfo do novo equipamento é a abrangência da pulverização, que pode alcançar focos em imóveis fechados ou em que o acesso de agentes é recusado. “A empresa nos reporta que o alcance dele é de pelo menos 60 metros. O fumacê tradicional, que usa inseticida para matar o mosquito adulto em outro tipo de equipamento, alcança de 20 a 30 metros. Então, no mínimo, tem o dobro de alcance do tradicional, apesar de usar produtos diferentes”, informa.
Jadir Filho esclarece que o larvicida, diferentemente do inseticida, visa acabar com as formas prematuras do mosquito. “Nosso objetivo é evitar que ele cresça e transmita a doença, como uma forma de prevenção”, completa.
O desempenho do novo equipamento será considerado positivo à medida que sejam encontrados menos focos do mosquito nas residências testadas, em comparação a outros métodos já executados. “Delimitamos três áreas de estudo, uma para a aplicação espacial, uma para a aplicação costal com agente e outra para a aplicação tradicional, em que o agente visita as casas e aplica o larvicida diretamente nos focos. Faremos uma avaliação laboratorial para comparar todos os resultados e identificar a ferramenta mais eficiente”, afirma o diretor.
Exemplo
Para que o combate ao mosquito Aedes aegypti seja efetivo, todos devem fazer sua parte. É o que pensa a comerciante Maria de Lurdes Santos, 61 anos. “A população também deve contribuir. Os vizinhos poderiam limpar os quintais, sem lixo acumulado. Aqui em casa temos muitas plantas, mas nenhuma tem aqueles pratinhos embaixo e nunca deixo água parada”, conta.
A aposentada Cândida Barros, 61 anos, assistiu à aplicação do larvicida com o novo equipamento e celebrou a chegada de mais uma estratégia contra a dengue. Ela garante que cumpre todos os cuidados necessários. “Não deixo água empossada, caixas abertas nem lixo acumulado. O pessoal da vigilância entra, olha toda a casa, o restaurante. Não brincamos com a saúde, nosso bem mais valioso”, revela ela, que reside em Planaltina há mais de quatro décadas.
Entre janeiro e outubro deste ano, 2.297.114 locais foram inspecionados para a verificação da presença de depósitos de larvas ou do mosquito da dengue, também causador da zika, chikungunya e febre amarela (urbana). No mesmo período, por outro lado, 479.563 locais não foram vistoriados devido à recusa dos moradores ou por estarem fechados no momento da visita.
Fonte: Agência Brasília