7 de outubro de 2021

Pesquisa aponta que o preço do botijão de gás é o mais caro em 20 anos

Uma nova plataforma lançada nesta terça-feira (05), chamada Monitor dos Preços dos Combustíveis, mostra valores dos combustíveis desde 2001

O valor do gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, alcançou a maior média mensal real (descontada a inflação) nos últimos 20 anos: R$ 98,7 o botijão. Já a gasolina, atingiu o maior índice do preço médio por litro no país desde 2003, sendo vendido por R$ 6,092. Os dados são do monitor de preços do Observatório Social da Petrobras (OSP) entidade de pesquisa ligada à Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), ao Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps) e ao Instituto Latino-Americano de Estudos Sócio-Econômicos (Ilaese)

O Monitor dos Preços dos Combustíveis foi lançado nesta terça-feira (05/10) pelo Observatório Social da Petrobrás (OSP). A ferramenta vai registrar o preço médio cobrado pelo gás de cozinha (GLP), gasolina comum, diesel S-10, gás natural veicular (GNV) e etanol no território nacional. Com atualizações semanais, o monitor vai possibilitar o acompanhamento das variações e da evolução dos preços a partir de julho de 2001. Permitirá ainda que a população saiba quanto estão custando, em média, os combustíveis em cada estado brasileiro e trará um comparativo do aumento dos preços em relação ao crescimento do salário mínimo.

O monitor foi elaborado pelo economista Eric Gil Dantas, do Instituto Brasileiro de Estudos Políticos e Sociais (Ibeps). O objetivo do projeto é disponibilizar um modelo ágil e fácil de visualizar a escalada dos preços dos combustíveis no país em um contexto de alta inflação e reajustes constantes. A ferramenta do OSP utiliza informações disponíveis em formato de base de dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os dados são transformados em valores reais deflacionados pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

“Vivemos em um momento de grande alta dos preços dos combustíveis, jogando a Petrobras para o centro do debate público. O Observatório Social da Petrobras vem debatendo o tema de preços, mas não tínhamos uma ferramenta para mostrar aos nossos leitores o real tamanho do problema. Para isto, pensamos em criar algo para que o público pudesse visualizar facilmente a real escalada dos preços, tanto em termos nominais quanto em termos reais”, afirma o criador.

O criador do Monitor explica que outro objetivo importante do projeto é mostrar quem é o verdadeiro vilão dos preços altos dos combustíveis. “Desde que o governo impôs à Petrobrás a política do Preço de Paridade de Importação (PPI), em 2016, os valores dos derivados de petróleo no país têm tendência de alta, alcançando em 2021 um patamar completamente fora da realidade do povo brasileiro. É um pesadelo o litro da gasolina custar R$ 7 e o botijão de gás de cozinha, R$ 100”, afirma o economista Eric Gil Dantas.

A ferramenta de monitoramento dos preços, que pode ser acessada pelo site do Observatório, mostra que há 16 meses seguidos é registrado aumento do preço médio nacional do GLP; o GNV sofre reajuste contínuo há 11 meses e a gasolina e o diesel sobem há cinco meses. O primeiro gráfico do monitor traz os preços médios mensais dos combustíveis em termos nominais. O início da série é julho de 2001, quando a ANP começou a contabilizar os valores.

Segundo Dantas, dados sobre preços de produtos derivados são publicados semanalmente e mensalmente no site da ANP, mas o público em geral não acessa o endereço eletrônico da agência. “Além disso, o site da ANP não disponibiliza valores reais, importante para fazer a comparação histórica, nem comparações com o salário mínimo, algo que vire e mexe sai na imprensa, mas que não existem séries históricas prontas disponíveis na rede para que as pessoas acessem. Acreditamos que o Monitor de Preços tem dois objetivos: facilitar a visualização da série histórica dos preços dos combustíveis e  trabalhar os dados para que as pessoas vejam que em termos reais o preço está em um dos patamares mais elevados do século. Os dados mostram que cada vez menos litros, quilos ou metro cúbicos de combustível podem ser comprados com um salário mínimo”, comenta.

Fonte:correiobraziliense

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