Desde a última terça (1), bares e restaurantes do DF não podem mais funcionar depois de 23h. Governador afirma que baladas registram mais casos de descumprimento das medidas de prevenção à covid-19
Um dia após restringir o horário de funcionamento de bares e restaurantes do Distrito Federal, o governador Ibaneis Rocha falou sobre a ação nesta quarta-feira (2). Na terça (1), o GDF publicou decreto proibindo os estabelecimentos de funcionarem após às 23h. Ibaneis justificou a restrição afirmando que baladas registram mais casos de descumprimento às medidas de prevenção ao novo coronavírus.
“A gente tem notado, através da fiscalização do DF Legal, que a maior desobediência a uso de máscara e distanciamento tem sido justamente nas baladas, e as baladas geralmente começam às 23 horas”, comentou o governador. “Foi exatamente por isso que escolhemos o horário.”
No último fim de semana, o DF Legal vistoriou bares e restaurantes para verificar se estavam sendo cumpridas as medidas de prevenção, como distanciamento, disponibilização de álcool em gel, entre outras. Foram 84 estabelecimentos vistoriados: 20 deles tiveram de ser interditados, e outros 23 foram autuados.
Ibaneis afirma estar tranquilo em relação à decisão e sinaliza que os restaurantes não serão altamente prejudicados. “As famílias que quiserem procurar os restaurantes, ninguém procura um restaurante após às onze horas da noite. Então, eu estou tranquilo. A medida foi tomada de forma consciente”, cravou.
O decreto que restringiu o horário foi publicado por volta de meio-dia, na terça (1), e já teria de ter sido respeitado à noite, poucas horas depois. No entanto, por conta do curto prazo, alguns estabelecimentos acabaram extrapolando o limite determinado. Sobre isso, Ibaneis disse que o GDF e as forças de segurança do DF serão “mais duros”. “Nós estamos fazendo uma portaria conjunta. Vamos juntar a Polícia Militar (PMDF) nessa fiscalização, e nós vamos ser um pouco mais duros com eles”, assegurou.
Em relação a novas medidas de restrição, o chefe do Executivo local disse que não pretende avançar, a menos que a população siga desrespeitando medidas. “Vamos avaliar daqui para frente, vamos ver se a população entende esse nosso chamamento para responsabilidade ao uso de máscara e distanciamento. Se tudo correr bem, nós não temos necessidade de restringir mais nada.”
Segunda onda
A restrição tem como justificativa a prevenção à alta de casos de covid-19 no DF. Na segunda (29), o secretário de Saúde, Osnei Okumoto, admitiu que a taxa de transmissão da doença aumentou de 1 para 1,3. Isso significa que um cidadão infectado tem transmitido o vírus para mais de uma pessoa. Pode ser a prévia de uma segunda onda da doença na capital.
O boletim mais recente do GDF aponta que já são 230.122 o número de infectados pela doença na capital. Destes, 3.939 perderam a vida, e 7.102 estão com o vírus ativo no organismo.
Na terça (1), Ibaneis já havia dito que tomaria medidas relacionadas a bares e restaurantes. “Ou eles [donos de estabelecimentos] partem para nos ajudar na conscientização, ou, infelizmente — ou felizmente, porque que tenho que cuidar da saúde da população — eu vou ter que encerrar o expediente desses locais cada vez mais cedo e implementar restrições à quantidade de pessoas.”
O secretário de Saúde, Osnei Okumoto, deve se reunir com representantes de todo o comércio para estudar medidas de conscientização da população. Caso não haja essa conscientização, é possível que o GDF restrinja ainda mais o funcionamento de bares e restaurantes, podendo, por exemplo, limitar a quantidade de pessoas. Fonte:jornaldebrasilia
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