Há quem tenha ficado sem água até para tomar remédio e precisou apelar para enlatados por não ter como refrigerar alimentos
Com a falta de energia no Amapá, moradores da capital do estado chegaram à situação de abrir poço no quintal de casa para retirar água manualmente, por causa das bombas de água paralisadas. Há quem tenha ficado sem água até para tomar remédio e precisou apelar para enlatados por não ter como refrigerar alimentos. Parentes em outros estados manifestaram preocupação sem poder ajudar.
A advogada Débora Borralho conta que seu pai, Dejaí Borralho, não tinha água em casa nem para tomar seus remédios. “Entrei em desespero porque meu pai é idoso, doente e teve quatro AVCs em um ano. Ele perdeu a fala, tem locomoção limitada e precisa de medicação o tempo todo”.
A advogada conseguiu ajuda para o pai por meio das redes sociais. “Um ex-professor meu da faculdade viu meu apelo na internet e disse que poderia ceder um garrafão de água para meu pai. Para a comida, minha mãe comprou enlatados, como sardinha, salsicha e biscoitos para que eles pudessem se alimentar”, explica.
Para Ana Barros, 25, ficar sem comunicação foi horrível, mas não ter água foi pior. “Nós temos alguns baldes com água, mas não é própria para consumo, era pra tomar banho, lavar louça, essas coisas. Mas a sede era tanta que nós usamos para beber mesmo. No início, nós fervíamos a água, mas o gás estava acabando, e não tinha como comprar. Depois colocamos água sanitária, mas eu sentia muita dor no estômago, então não dava para beber direito, era só no golezinho para não desidratar”.
Ana mora com o irmão, Lucas Mateus, 21, que tem paralisia cerebral. Lucas não conseguia dormir com o calor, estava com dificuldades para comer e tomar banho. “Foi horrível, desesperador. Eu nem tenho como expressar tudo que estamos passando”, relata Ana.
Desempregada, Janaína Teodoro, 32, mora com a mãe, de 71 anos, uma filha de sete e outra de 12 anos. A sede era tanta que ela pediu para que seus irmãos e vizinhos cavassem um poço artesiano em sua casa. O trabalho começou na sexta-feira (6), e deve ser concluído até terça.
“Foram de longe os piores dias que já vivi. No segundo dia, já não tínhamos comida e nem água potável. Minha filha de sete anos não conseguia dormir por causa da sede, pedia água direto. Então a nossa única solução foi cavar um poço de imediato”, conta.
Com a falta de energia no Amapá, moradores da capital do estado chegaram à situação de abrir poço no quintal de casa para retirar água manualmente, por causa das bombas de água paralisadas. Há quem tenha ficado sem água até para tomar remédio e precisou apelar para enlatados por não ter como refrigerar alimentos. Parentes em outros estados manifestaram preocupação sem poder ajudar.
A advogada Débora Borralho conta que seu pai, Dejaí Borralho, não tinha água em casa nem para tomar seus remédios. “Entrei em desespero porque meu pai é idoso, doente e teve quatro AVCs em um ano. Ele perdeu a fala, tem locomoção limitada e precisa de medicação o tempo todo”.
A advogada conseguiu ajuda para o pai por meio das redes sociais. “Um ex-professor meu da faculdade viu meu apelo na internet e disse que poderia ceder um garrafão de água para meu pai. Para a comida, minha mãe comprou enlatados, como sardinha, salsicha e biscoitos para que eles pudessem se alimentar”, explica
Para Ana Barros, 25, ficar sem comunicação foi horrível, mas não ter água foi pior. “Nós temos alguns baldes com água, mas não é própria para consumo, era pra tomar banho, lavar louça, essas coisas. Mas a sede era tanta que nós usamos para beber mesmo. No início, nós fervíamos a água, mas o gás estava acabando, e não tinha como comprar. Depois colocamos água sanitária, mas eu sentia muita dor no estômago, então não dava para beber direito, era só no golezinho para não desidratar”.
Ana mora com o irmão, Lucas Mateus, 21, que tem paralisia cerebral. Lucas não conseguia dormir com o calor, estava com dificuldades para comer e tomar banho. “Foi horrível, desesperador. Eu nem tenho como expressar tudo que estamos passando”, relata Ana.
Desempregada, Janaína Teodoro, 32, mora com a mãe, de 71 anos, uma filha de sete e outra de 12 anos. A sede era tanta que ela pediu para que seus irmãos e vizinhos cavassem um poço artesiano em sua casa. O trabalho começou na sexta-feira (6), e deve ser concluído até terça.
“Foram de longe os piores dias que já vivi. No segundo dia, já não tínhamos comida e nem água potável. Minha filha de sete anos não conseguia dormir por causa da sede, pedia água direto. Então a nossa única solução foi cavar um poço de imediato”, conta.
“Minha mãe está mantendo a casa com o pouco que ganha de benefício e tudo estava muito caro. Nunca vou esquecer da dor em ver comida indo para o lixo”, relata.
Com uma temperatura média de 35°C, o ventilador e o ar-condicionado tornaram-se necessidade básicas para um amapaense. Mãe de Luiz Paulo, de 27 dias, João Paulo, 1 ano e 9 meses, e Lara, 15, a nutricionista Priscila Monteiro conta que esses dias foram os mais cruéis por causa do calor e da corrida atrás de gelo pra não perder o que tinham na geladeira.
“A nossa caixa-d’água secou, o tempo abriu, veio aquele calor abafado e começou nosso tormento. Não tinhamos água para nos refrescarmos, a água pra beber era quente e regrada. Como distrair um bebê do calor sem ter como?”, conta ela.
A nutricionista e seu marido, Paulo, alternavam quem embalava as crianças na rede para não acordarem: “As noites foram bem difíceis, pois não chovia, estava quente, sem vento e com muito mosquito. Aí ficamos ainda mais angustiados, indignados e obviamente cansados em ficar abanando filhos, embalando rede ou os dois ao mesmo tempo. De tudo isso não tiro a imagem do Paulo chorando por não saber o que fazer pelo choro do nosso filho. Foi uma das cenas que mais me comoveram, eu queria ajudar e não sabia como”, relata.
O fornecimento de energia e água está sendo restabelecido aos poucos, em rodízio de seis em seis horas. Segundo o governo do Amapá, 70% do sistema de abastecimento já havia sido restabelecido neste domingo.
A Prefeitura de Macapá está fornecendo água para a população em algumas escolas da capital. Em nota, o governo afirmou que está distribuindo frascos de hipoclorito de sódio, produto utilizado para purificar a água para consumo humano, além dos 75 mil litros de água potável por dia.
As informações são da FolhaPress