23 de maio de 2022

Zoológico de Brasília mantém animais aquecidos para o período de frio

Alguns animais precisam de preparo especial para enfrentar o período de frio e, por isso, biólogos, veterinários estão de olho no clima

Aquecedores, camas de feno e de folhas e caixinhas especiais que serviram de abrigo. É assim que o Zoológico de Brasília se preparou para que os bichinhos enfrentem as baixas temperaturas desse período de frio. “Nós sempre acompanhamos a meteorologia e, antes do frio chegar, preparamos todo o setor com ambientação no recinto e paisagismo para tentar deixar o mais agradável possível para os animais”, garante o biólogo e diretor do setor de répteis, anfíbios e artrópodes do Zoológico de Brasília, Carlos Eduardo Nóbrega.

De acordo com Carlos, todos os animais do Zoo passaram bem pela primeira onda de frio. Como explica, alguns animais precisam de preparo especial para enfrentar o período de frio e, por isso, biólogos, veterinários e tratadores acompanham atentamente as informações da meteorologia. Para que os animais do local enfrentassem a temperatura de até 1º C, registrado esta semana no Distrito Federal, sem consequências na saúde dos bichos, foram preparadas camas de feno e de folhas e caixinhas especiais que serviram de abrigo. Além disso, sete aquecedores foram usados no serpentário.

Se tratando do paisagismo empregado no zoológico, o profissional conta que uma preocupação dos funcionários é reproduzir, da forma mais fiel possível, o ambiente daqueles animais, inclusive na preparação para enfrentar o frio. “O recinto precisa ficar o mais agradável possível para os visitantes e, principalmente, para os animais”, comenta. Enquanto alguns animais, como é o caso dos do cerrado, se adaptam bem ao calor e ao frio, no entanto, há outros que podem ter problemas graves com temperaturas baixas. É o caso, por exemplo, das serpentes, que são animais exotérmicos e seus corpos não têm um controle térmico tão eficiente quanto os mamíferos.

Desta forma, no serpentário existem aquecedores para que a temperatura seja estabilizada entre 24º C e 26º C durante esse período, pois eles necessitam de uma fonte de calor externa para se manter aquecidos. No calor, a temperatura no habitat das cobras não pode passar de 28º C e para isso, existem entradas de ar que são abertas em dias quentes. Como esclarece Carlos Eduardo, “as aves, se expostas a altas temperaturas, podem até ir a óbito, desidratar ou superaquecer”. “Quando está muito quente colocamos aspersores no recinto desses animais. Os mamíferos carnívoros ganham sorvete de carne e sangue e os herbívoros recebem sorvete de polpas de frutas”, pontua o profissional.

Mas não são só estes animais que precisam de uma atenção especial nesta época. Alguns pássaros também precisam de aquecimento para os dias de frio, como é o caso do mutum. Aqui, são preparadas caixinhas com feno para que ele se mantenha aquecido. Alguns outros pequenos pássaros, como sabiás e canários, recebem palhas em seus viveiros.

Se tratando dos mamíferos, estes, embora tenham o organismo mais preparado para essa estação, também receberam tratamento especial. De acordo com o biólogo, a jaguatirica foi presenteada com uma caminha de feno, enquanto o gato do mato recebeu uma camada extra de folhas secas em sua casa. Como destaca o professor da Universidade de Brasília, Fernando Sobrinho, a queda de temperatura dos últimos dias foi uma onda, ou seja, outras acontecerão ao longo do inverno. “Estamos sob a influência do La Niña, que provoca temperaturas mais baixas e tempo seco”, finaliza.

Fonte:jornaldebrasilia

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