Monitoramento da Secretaria de Saúde do Distrito Federal indica expansão da incidência do mosquito e crescimento do número de casos da doença na capital federal no comparativo com o mesmo período de 2021
Febre alta, mal estar, cansaço, indisposição geral. Inicialmente, estes parecem ser os sintomas iniciais de gripe ou da covid-19. Contudo, no período de outubro a maio, quem dá as cartas no Distrito Federal é o mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, chikungunya e zika, trazendo um significativo número no aumento de casos.
De acordo com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF), de 2 de janeiro a 5 de março de 2022, o DF registrou 11.121 casos prováveis de dengue. Os números representam um aumento de 348,1% no comparativo com o mesmo período do ano passado, quando a pasta registrou 2.348 casos prováveis da doença na capital federal.
Ceilândia apresentou o maior número de casos prováveis (2113), seguida de São Sebastião (1009 casos), Samambaia (772 casos), Taguatinga (674 casos) e Planaltina (571 casos). Todas essas regiões administrativas representam 48% dos casos prováveis no DF. O detalhamento do boletim também aponta outros 1.463 casos suspeitos.
A região de São Sebastião é a líder na taxa de incidência de casos prováveis da doença no DF, segundo o boletim — 869,92 infecções por 100 mil habitantes. A taxa de incidência da doença na capital é de 234,39 infecções por 100 mil habitantes. Nas notificações de 2022, 177 casos confirmados foram considerados como “sinais de alarme”, sendo que 14 casos foram graves. Não houve óbito.
Apesar dos sintomas iniciais parecidos, covid-19 e dengue agem de forma bem diferente no organismo. A infectologista Ana Helena Germoglio, alerta para cuidados específicos que precisam ser tomados.
“São três doenças infecciosas (covid-19, gripe e dengue) que podem ter sintomas muito parecidos, principalmente no início da doença. A dengue, depois dos sintomas clássicos de febre, mal estar e dor no corpo, tende a formar lesões vermelhas pelo corpo, o que não é característica das outras duas. (O tratamento) é repouso e uma alimentação adequada, além de muita água”, recomenda Germoglio.
Morador de Ceilândia, o intérprete de línguas Thiago Tomé, 22 anos, afirma que, no período em que teve dengue, teve febre de 40 graus e dores nos músculos do corpo. Segundo Thiago, o que mais o preocupava era a condição do pai, que é imunossuprimido. “O primeiro dano que causa é o psicológico, por toda a preocupação. Esperei alguns dias para fazer o teste, que deu negativo para covid-19 e positivo para a dengue”, conta.
Segundo a Secretaria de Saúde, “as equipes da Vigilância Ambiental se dividem nas quadras das cidades e realizam as inspeções nos quintais das casas e vistoria nos imóveis abandonados”, informa, em nota.
Fonte:correiobraziliense