Equipe do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) orientou sobre o acompanhamento oferecido em casos de disfagia
O Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB) realizou, nesta quarta-feira (20), atividade de conscientização e informação quanto ao Dia Nacional da Atenção à Disfagia. A data alerta para a dificuldade de engolir alimentos, líquidos e saliva. No ambulatório, crianças e adultos conheceram o trabalho da equipe de fonoaudiologia do HCB no acompanhamento a casos da doença.
“Se você apresenta dificuldade ao engolir, sensação de alimento parado na garganta durante ou após a refeição, tosse ou engasgo, procure um fonoaudiólogo para avaliação da sua deglutição”, orienta a fonoaudióloga e coordenadora de Reabilitação do HCB, Milena Fleury. Destacando que vários casos de engasgo têm sido noticiados na imprensa nos últimos meses, ela afirma que episódios repetitivos de engasgo, independentemente da consistência do alimento ingerido, demandam atenção. “A disfagia pode estar relacionada a uma alteração neurológica ou da musculatura da região, fraqueza e rigidez; é importante fazer uma avaliação para checar o motivo dessa alteração. O paciente, muitas vezes, não tem queixa nenhuma, mas a mastigação é ineficiente”, explica.
Enquanto aguardava o atendimento da filha Luiza Ramos, 5 anos, Juliana Ramos levou a menina para conhecer o estande de orientações. “Acho muito importante trazer essas explicações não só para as crianças, mas também para os pais e outros cuidadores que, muitas vezes, não têm essas instruções”, disse.
Com o retorno dado por Natasha e Juliana, a coordenadora Milena Fleury reforça que o Dia Nacional de Atenção à Disfagia é importante para divulgar os sinais de alerta aos responsáveis pelas crianças: “Se os pais observam engasgos frequentes, necessidade de manobras de desengasgo, vale levar a queixa ao pediatra, que indicará um profissional para avaliar”.
Introdução alimentar
No Hospital da Criança de Brasília, o cuidado relacionado à disfagia está ligado ao acompanhamento de crianças que se alimentam via sonda. “Junto com a indicação da via mais segura, vamos tentando a reabilitação e liberando a alimentação por via oral. A alimentação pode ser exclusivamente por via oral; por via mista, no caso de pacientes que conseguem comer volumes mínimos pela boca e complementam via sonda; ou só para prazer – são pacientes para quem indicamos só o sabor e estímulo para qualidade de vida, mantendo a alimentação plena, de fato, pelas sondas”, relata a coordenadora Milena Fleury.
Enzo Ribeiro, 1 ano, é acompanhado por profissionais de fonoaudiologia nessa reabilitação. Devido a dificuldades de respiração e alimentação, ele faz uso de sonda desde que nasceu; agora, no entanto, já iniciou o contato com alimentos, para conhecer diferentes texturas e sabores. Enquanto a equipe avalia a deglutição para saber o melhor momento de começar a alimentação oral, o menino já mostrou que gosta do sabor do limão.
“O processo de avaliação da disfagia vai muito mais além do ato de só ofertar a comida; temos que respeitar os processos do paciente. Muitas vezes, são crianças em uso prolongado de sonda, não entendem o que é se alimentar”, conta Fleury.
De forma lúdica e com calma, as profissionais do HCB fazem a aproximação entre a criança e o alimento. “Respeitamos os limites e acalmamos em caso de choro, para depois retornar. Temos que estimular a parte sensorial para, depois, começar com a oferta da comida, para que seja uma oferta segura, efetiva e prazerosa”, explica a coordenadora.
*Com informações do Hospital da Criança de Brasília José Alencar (HCB)