21 de dezembro de 2022

Check-up ocular pode evitar acidentes de trânsito

Antes de pegar o volante e enfrentar a estrada, brasileiros fazem a revisão nos veículos, mas esquecem de verificar a saúde dos olhos

Verão chegando e os brasileiros já planejam suas férias. Pesquisa feita pela empresa de cartões de crédito Trigg*, mostrou que 64% dos participantes pretendem viajar nessa época do ano. Destes, 31% manifestaram que usariam carro próprio para realizar este sonho. Entretanto, antes de pegar a estrada, é bom ter alguns cuidados. Segundo os dados analisados pela Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet)**, divulgados em julho de 2022, 83% dos sinistros em estradas federais foram motivados exclusivamente pelo chamado fator humano, 10% foram atribuídos às condições da via, 5% a problemas no veículo e 2% ao fator ambiente.

Portanto, garantir a saúde ocular deve estar no topo da lista, pois qualquer problema que atrapalhe a capacidade de enxergar é considerado um alto fator de risco para acidentes de trânsito. É fundamental que o condutor se sinta confiante com sua visão e tenha uma margem visual extensa. Mesmo que já se esteja habituado a não enxergar tudo, essa dificuldade deve ser eliminada antes de pegar o volante, pois qualquer descuido ou mínima falha pode causar um acidente grave e levar a morte”, ressalta o Dr. Eduardo José Rocha, especialista em Olho Seco, Alergias, Superfície Ocular, Pterígio e Blefarite do Hospital Oftalmológico de Brasília, empresa do Grupo Opty no Distrito Federal.

Os vícios de refração, miopia, astigmatismo e hipermetropia, podem impedir o reconhecimento de placas, ou dificultar a leitura do painel, porém existem outras doenças oculares que prejudicam a nitidez da visão e aumentam o tempo de reação, podendo afetar a condução. Para se ter uma ideia, só a catarata aumenta o risco de acidentes automobilísticos em 2,5 vezes. Já os portadores

Foto:Divulgação

de glaucoma têm esse risco dobrado, uma vez que há uma redução da visão periférica. ““É importante estar em dia com seu check-up oftalmológico, tanto quanto com a revisão do veículo. A maioria dos motoristas brasileiros só se lembra de fazer exame de vista na hora de renovar a carteira. O ideal é ir ao oftalmologista pelo menos uma vez por ano, principalmente para quem tem mais de 40 anos. Esse cuidado vai ajudar a identificar qualquer possível alteração na acuidade visual, permitindo a correção/controle do problema e trazendo mais segurança”, complementa o especialista.

Alguns cuidados podem ajudar os condutores de veículos a ter uma jornada mais confortável e segura na estrada. Bons óculos, com lentes antirreflexivas ou fotossensíveis e proteção ultravioleta, ajudam a diminuir a incidência da luz solar durante as viagens diurnasPara quem costuma dirigir à noite, quando a visibilidade é naturalmente comprometida, lentes amarelas amenizam o reflexo dos faróis dos outros carros. “Óculos protetores que evitam uma exposição excessiva à claridade, também auxiliam na prevenção da catarata e do pterígeo, aquela carne vermelha que cresce no olho em direção à córnea”, afirma o Dr. Eduardo José.

Em viagens longas, o especialista ressalta que o uso contínuo do ar-condicionado do carro retira a umidade do ar, impedindo a lubrificação dos olhos. “Essa perda de umidade pode acarretar sintomas de olho seco, borramento da visão, fotofobia, ardência, alergias, entre outros. O ideal é fazer uma parada a cada duas horas para lavar o rosto, descansar a vista e fazer uso, se necessário, de um colírio lubrificante, indicado pelo oftalmologista”, explica o especialista.

Pessoas com astigmatismo elevado ou miopia apresentam maior dificuldade de enxergar ao entardecer. Uma solução pode ser utilizar lentes nas cores verde e âmbar, que melhoram a visão de contraste. “Para quem precisa de lentes corretivas, pode ser interessante optar por óculos de sol com lentes ajustadas para o seu problema. Sejam lentes de contato ou óculos, o importante é só pegar a direção com a visão 100%, mesmo que o seu grau seja mínimo. Qualquer alteração pode causar lentidão na velocidade de leitura, dificuldade na identificação de cores, de profundidade e provocar acidentes sérios”, finaliza Eduardo José Rocha.

Fonte:Natália Lopes e Triplice Comunicação

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